terça-feira, 18 de outubro de 2011

RPG - Por que este tratamento é tão indicado para dores nas costas?

- por ELLEN ROCHA -

A RPG (Reeducação Postural Global) é um método revolucionário de tratamento do sistema músculo-esquelético (músculos, articulações, ossos) desenvolvido no final da década de 40 na França, e trazido para o Brasil na década de 80. Desde então, esse método vem desenvolvendo-se e ganhando adeptos por todo o país.

Atualmente, pertence ao grupo das mais modernas e completas técnicas manuais e posturais de Fisioterapia. O principal objetivo da RPG é buscar o equilíbrio corporal através da reestruturação dos grupos musculares, melhora da postura e consciência postural. Desta maneira, passamos a ter um corpo mais equilibrado com melhora das dores, adquirindo assim mais qualidade de vida.

A principal indicação do RPG são as dores na coluna, devido a alterações posturais ou desvios de coluna como cifose (a popular corcunda), escoliose (coluna desviada) e hiperlordose (aumento da curvatura lombar); dores em regiões da coluna como pescoço e lombar; dores nos braços provocadas por falta de condicionamento físico ou diminuição dos espaços entre as vértebras, dores de cabeça (causada por compressão de raiz nervosa), dores nas pernas causadas por artrose, dor ciática ou fadiga; torcicolos, hérnias de disco cervicais e lombares; artrose na coluna, bursites, tendinites, etc. O tratamento é realizado de pé, sentado e deitado em uma maca específica, sendo diferenciada das demais macas comuns.

Para que o tratamento seja eficaz, é necessário que o indivíduo realize sessões semanais que duram cerca de uma hora. O número de sessões dependerá da evolução de cada indivíduo e das alterações posturais e dor que este apresenta, mas sempre dizemos que para se estruturar a melhora do equilíbrio corporal devem ser realizadas pelo menos 10 sessões (no total). Observação: em casos de dor ou alterações posturais mais graves os números de sessões semanais e totais podem ser alteradas.



DRA. ELLEN ROCHA é  fisioterapeuta Graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais;
- Pós-Graduada em Fisioterapia Cardiorrespiratória pela UNIMEP Universidade Metodista de Piracicaba;
- Formação Completa no Método Pilates para fisioterapeutas pelo Centro de Fisioterapia e Pilates;
- Formação em RPG/RNP - Reeducação Postural Global pelo Retreinamento Neuromotor Proprioceptivo pela Faculdade Redentor - RJ;
- Formação em  Avaliação postural computadorizada através do método Biofotogrametria pela Faculdade Redentor – RJ;
- Formação em Treinamento Vibratório - Como maximizar os resultados em busca da qualidade de vida;
- Sócia-proprietária da Núcleo Saúde & Movimento situada na Rua Santos Dumont, 232, São Benedito, Poços de Caldas, MG. Telefone (35) 3712.1656.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O Teatro do Oprimido e a Saúde Mental

por Gabriela Teixeira Neto


A Reforma Psiquiátrica Brasileira trabalha com a lógica da desospitalização. Esta lógica é focada na família e na comunidade e propõe-se a desenvolver ações de promoção, de prevenção, de tratamento e de reabilitação. Esses são os mesmos princípios e diretrizes propostos na Atenção Básica, ou seja, de acordo com Modesto e Santos (2007), “é um eixo estratégico para a inserção das ações de Saúde Mental e um campo fértil para essa nova forma de pensar saúde.” (p.20).

De acordo com Ebert, Loosen e Nurcombe (2002), além do tratamento básico que é o farmacológico, feito pelo psiquiatra, existem outros tipos de trabalhos que podem ser realizados para melhorar a qualidade de vida dos usuários da Saúde Mental. A Arte pode ser um desses trabalhos que inclui a pintura, desenho, teatro, confecção de objetos de madeira, barro, etc., e que tem a finalidade de recuperar a capacidade desses pacientes de voltar a fazer algo, combater a falta de vontade, desenvolver a criatividade, entre outros. O Teatro do Oprimido se encaixa, por tanto, nesses trabalhos alternativos que buscam a melhora da qualidade de vida dos usuários da Saúde Mental.

O Teatro do Oprimido é uma técnica teatral formulada por Augusto Boal. No sentido mais arcaico do termo, teatro é a capacidade dos seres humanos de se observarem a si mesmos em ação. Teatro, então, “é isso: a arte de nos vermos a nós mesmos, a arte de nos vermos vendo!” (BOAL, 2008, p.xx). “O Teatro do Oprimido é teatro na acepção mais arcaica da palavra: todos os seres humanos são atores, porque agem, e espectadores, porque observam. Somos todos espect-atores. O Teatro do Oprimido é uma forma de teatro, entre todas as outras” (BOAL, 2008, p.ix). Seus princípios são: a transformação do espectador em protagonista da ação teatral e a tentativa de, através dessa transformação, modificar a sociedade, e não apenas interpretá-la. Todo o sistema do Teatro do Oprimido foi desenvolvido em resposta a um momento político. Quando, em 1971, a ditadura do Brasil tornou impossível a apresentação de espetáculos populares sobre temas políticos, começou-se a trabalhar com as técnicas do Teatro-Jornal, permitindo que grupos populares produzissem seu próprio teatro. Na Argentina, em 1973, era feito o Teatro Invisível, nos trens, restaurantes, nas filas das lojas e em mercados. E no Peru, no mesmo ano, fazia-se Teatro-Fórum, onde o espect-ator reassumia plenamente sua função de protagonista.

De acordo com Boal (2008), a linguagem teatral é a linguagem humana por excelência, e a mais essencial. Os atores, quando estão nos palcos, fazem exatamente aquilo que fazemos na vida cotidiana. Eles falam, andam, exprimem idéias, revelam paixões, se entristecem, se alegram; assim como todos os seres humanos. A diferença entre atores e não-atores (todos nós) é que os primeiros têm consciência de que estão usando essa linguagem, já os não-atores ignoram estar fazendo teatro, ou seja, usando a linguagem teatral.

Segundo este mesmo autor, o teatro é uma forma de conhecimento e deve ser também um meio de transformar a sociedade, pois nos faz conhecer melhor a nós mesmos e ao nosso tempo. Ou seja, o Teatro do Oprimido pode ser considerado um conjunto de exercícios, técnicas e idéias desenvolvidos com o intuito de apoiar práticas políticas e educativas no sentido de compreender as opressões vividas em sociedade buscando alternativas de solução por meio dele.

Todos nós podemos nos expressar e nos conhecer melhor a partir da linguagem teatral. Trabalhar essa linguagem teatral, encontrada no Teatro do Oprimido, com usuários da Saúde Mental, pode ser uma maneira de fazer com que eles consigam voltar a ter a capacidade de se expressarem, de mostrarem melhor os seus sentimentos, suas angustias, alegrias, e de entenderem melhor a si mesmos. É possível considerar que, assim, a qualidade de vida destas pessoas pode melhorar cada vez mais. Ou seja, é um trabalho de cuidado a esses pacientes e não um tratamento.

De acordo com o Motta (2009) – assessor de comunicação e imprensa do Centro do Teatro do Oprimido no Rio de Janeiro (CTO Rio) – há uma atividade que vem sendo realizada desde 2004, em parceria com o Ministério da Saúde, num trabalho junto aos Centros de Atenção Psicossocial. É a experiência de se utilizar o Teatro do Oprimido no tratamento de pacientes da Saúde Mental. Essa experiência começou no Rio de Janeiro e em Niterói em 2004, e desde 2006 vem sendo realizada também em CAPS do Estado de São Paulo – Guarulhos, Santos, São Vicente, Praia Grande, Guarujá e Cubatão. O objetivo do projeto, segundo o autor, é a capacitação de profissionais da Saúde Mental na metodologia do Teatro do Oprimido, para que esses repassem e apliquem o aprendido nos Centros de Atendimento Psicológico (CAPS), Unidades Básicas de Saúde (UBS), ambulatórios e outras unidades de atendimento médico.

A proposta é que o Teatro do Oprimido possa se tornar uma nova ferramenta, tendo como prioridade os usuários da Saúde Mental, familiares e profissionais da área. Busca-se, por meio de oficinas e espetáculos, segundo Motta (2009), transformar a realidade na qual vivem os pacientes da Saúde Mental, e debater não somente por meio da fala, mas também das imagens, as suas opressões.  As encenações são feitas tanto dentro como fora dos CAPS, levando assim o debate da Reforma Psiquiátrica e dos Direitos Humanos junto da questão da Saúde Mental para a toda sociedade.

Ainda segundo o autor, os psicólogos que trabalham com essa proposta identificam questões no grupo que favorecem o tratamento dos usuários em seu processo terapêutico. Também promovem espaço de auto-investigarão e auto-invenção, fortalecem os vínculos entre os membros dos grupos e trabalham para incluir as famílias nesse processo teatral dos participantes. A parceria com o Ministério da Saúde resultou numa relação mais humana entre os pacientes, seus familiares e os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS).

Desde que o Teatro do Oprimido é utilizado na Saúde Mental, constatou-se que diminuíram os períodos de internação e de depressão desses pacientes, a adesão ao tratamento aumentou, o consumo de medicação diminuiu e a vontade de viver ressurgiu.

BOAL, A. Jogos para atores e não-atores. 12ªed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

EBERT, M. H; LOOSEN, P. T.; NURCOMBE, B. Psiquiatria: diagnóstico e tratamento. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.

MODESTO, T. N; SANTOS, D. N. Saúde Mental na Atenção Básica. Revista Baiana de Saúde Pública, v.31, n.01, p.19-24, jan./jun. 2007. Disponível em: <http://www.jornalorebate.com.br/site/ciencia-e-saude/3451-a-nova-onda-da-saude-mental->




GABRIELA TEIXEIRA NETO é psicóloga graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Campus Poços de Caldas, no período de 2006 a 2010; e pós-graduada em Saúde Mental:  Atenção psicossocial, pela mesma universidade. Trabalha como voluntária no Abrigo São Francisco (atendimento psicológico para moradores de rua/dependentes químicos; e supervisão de estágio do curso de Psicologia em Poços de Caldas. Agendamento para atendimento em Poços de Caldas, MG, pelos telefones  (35) 9914.8963, (35) 3712.5766 e/ou pelo e-mail gabitneto@yahoo.com.br.

sábado, 20 de agosto de 2011

 Pilates x depressão :  Pilates como tratamento para depressão
Por Virgínia Aquino Francisco  (Psicóloga)/Ellen Rocha Andrade (Fisioterapeuta)

Como o Pilates pode ajudar uma pessoa com depressão? O que é Pilates? O que é depressão?

Pilates é um programa de exercícios que visa à melhora da flexibilidade, consciência corporal, equilíbrio e força. O método é indicado para reabilitação física, condicionamento físico geral e bem-estar. Ele promove a harmonia, ganho de flexibilidade e equilíbrio muscular. A aula é supervisionada por um fisioterapeuta qualificado, que orienta o aluno durante toda aula, direcionando os exercícios as necessidades e objetivos de cada pessoa. Desta forma, o Pilates pode ser praticado por pessoas de todas as idades e níveis de condicionamento físico. O método Pilates consiste em mais de 500 exercícios utilizando aparelhos, solo e acessórios. Os exercícios são rítmicos, de força e alongamento, e demandam concentração e controle corporal. Ao contrário de outras técnicas o método Pilates usa menos repetições e mais movimentos precisos, visando à qualidade e não quantidade.

A Depressão, por sua vez, caracteriza-se por uma alteração psíquica e orgânica global, com consequentes alterações na maneira de valorizar a realidade e a vida: falta de vitalidade que poderá estar acompanhada de sentimento de tristeza, falta de confiança em si próprio, sentimentos de culpa generalizados, pessimismo e nos casos mais graves pode haver tendência ao suicídio. Geralmente o sono e a alimentação estão também alterados, assim como o dia-a-dia da pessoa. Muitas vezes é difícil iniciar o dia, pelo desânimo e pela tristeza ao acordar. Assim, cuidar das tarefas habituais pode tornar-se um peso. Trabalhar, dedicar-se a outra pessoa, cuidar de filhos, entre outros afazeres podem tornar-se impraticáveis, dependendo da gravidade dos sintomas. Dessa forma, o relacionamento com outras pessoas pode se tornar prejudicado, como: dificuldades conjugais podem acentuar-se, inclusive com a diminuição do desejo sexual; desinteresses por amizades e por convívio social podem fazer o indivíduo tender a se isolar, até mesmo dificultando a busca de ajuda médica. Um plano completo de tratamento para depressão pode incluir também psicoterapia e drogas antidepressivas (quando necessárias).

O Pilates ajuda a prevenir e a combater a depressão, pois melhora a saúde em geral, física e mental, reduzindo a ansiedade, melhorando a auto-estima e a autoconfiança, melhorando a cognição e diminuindo o estresse. Isto tudo acontece devido à liberação de endorfinas por meio do cérebro. Essas substâncias (endorfinas) são responsáveis pela sensação de bem-estar e tranqüilidade, exercitam a concentração, melhoram o estado de espírito (bom humor), aliviam as dores, entre outros benefícios. Após 3 ou 4 semanas de treino, a pessoa sentirá sua auto-estima mais elevada, pois sentir-se-á mais feliz, e os resultados já poderão ser observados.

A cada dia mais o Pilates associado com um acompanhamento psicológico conquista mais espaços entre os profissionais de saúde, para o acompanhamento de pessoas com depressão. Esta técnica que visa o equilíbrio corporal e mental não tem contra-indicação, podendo ser praticada por qualquer pessoa a partir dos 10 anos de idade. O Pilates exige que o indivíduo esteja atento à realização de cada exercício. E é essa concentração que promove a desaceleração mental, a redução da ansiedade e o controle do estresse, além dos efeitos orgânicos. As sessões de Pilates tem duração de uma hora, podendo ser realizadas de 1 a 5 vezes por semana, enquanto que as sessões de psicoterapia são realizadas uma vez por semana com duração de 50 a 60 minutos, trabalhando os pensamentos depressivos, conhecimento acerca de si e os motivos depressivos. Portanto, é a associação do corpo e da mente na luta contra a depressão. Todos podem buscar ajuda. Basta apenas o indivíduo que apresente os sintomas depressivos esteja disposto a mudar sua atual realidade.

 
Virgínia Aquino Francisco - Psicóloga
 Ellen Rocha Andrade - Fisioterapeuta

Núcleo Saúde & Movimento

Rua Santos Dumont, 232 – São Benedito
POÇOS DE CALDAS - MG
              3712 1656 /8822 9139/9850-3611

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Aprendendo a conhecer e lidar com o stress!

- por MARÍLIA DORIA -
Atualmente, um dos problemas mais comuns que o ser humano vem enfrentando, em qualquer idade, é o stress, sendo este um dos assuntos mais discutidos na área da saúde.

Pesquisas mostram que os níveis de stress aumentaram de forma significativa e progressiva nas últimas décadas, tanto no Brasil quanto em outros países, como nos Estados Unidos.

A Organização Mundial da Saúde aponta o stress como fator gerador de risco para várias doenças: doenças cardíacas (taquicardias, anginas, infartos, derrames), digestivas (azia, esofagite, gastrite, úlceras, diarréias, doenças inflamatórias intestinais), osteomusculares (lombalgias, tensão muscular, dores cervicais e cefaléias) e psiquiátricas. Além dessas, o stress ainda participa da história natural de doenças auto-imunes, infecciosas, endocrinológicas, degenerativas, passando por alterações de sono, de sexualidade e de apetite.

A ausência de mecanismos adequados de manejo do stress pode levar um indivíduo a desenvolver comportamentos indesejáveis, como agressividade, depressão, além de outros distúrbios e transtornos.

Diante deste contexto, destaco a importância em adquirir estratégias e ferramentas para o controle do stress com o intuito de garantir a saúde e bem-estar de pacientes estressados.

A origem da palavra stress

A palavra stress vem do latim e significa “estreitar”. Inicialmente a palavra utilizada nas ciências físicas, designa a carga produtora de tensão, a deformação ou ruptura de um objeto, de uma estrutura. Essa concepção, referente às ciências físicas, passa a ser aplicada às ciências humanas, pois o homem também possui estruturas, ou seja, habilidades para suportar, ou não, cargas, sejam elas físicas e/ou emocionais.

Conceito de stress

O stress é definido como uma reação psicofisiológica do organismo, ou seja, com componentes físicos e psicológicos, que ocorre quando a pessoa se depara com uma situação que exige um esforço maior para se adaptar. Seja uma situação ruim ou boa, mas que exige a adaptação do organismo. O que podemos definir como situação ruim, por exemplo, perda de um ente querido, desemprego, acidentes, já a situação boa pode ser por exemplo, casamento, nascimento de um filho, ganhar na loteria, ambas as situações tanto as ruins quanto as boas, essas mudanças externas, exigem a adaptação do organismo.

O Stress pode ser positivo

O stress bem administrado pode ser positivo e é importante ressaltar que não é possível – nem desejável – evitar o stress completamente. Ele é um mecanismo de defesa muito útil para preservação da espécie, para a sobrevivência. Por exemplo, se nos depararmos com um leão, necessitamos das reações do stress para lutarmos ou fugirmos diante do leão, se não, não sobrevivemos. Além disso, o ser humano necessita de adrenalina e das reações geradas pelo stress, em doses moderadas, para se sentir revigorado, motivado e competente, assim utilizando o stress a seu favor ocorre o aumento da produtividade. Para alcançar esse equilíbrio é essencial que se aprenda estratégias de controle do stress, que permitam evitar seus efeitos negativos.

Sintomas do stress

Há os sintomas psicológicos, sendo o mais comum a ansiedade. Ansiedade refere-se à uma emoção desagradável caracterizada por preocupação, apreensão, tensão, medo, vontade de fugir de tudo. Outras reações psicológicas, que também são comuns frente a uma situação estressante são a raiva, a irritabilidade, hipersensibilidade emotiva, necessidade em falar constantemente na razão pela qual está estressada e a apatia, sendo que se as condições estressantes continuam e o indivíduo não consegue enfrentá-las com sucesso, se adaptar, a apatia pode aprofundar-se, transformando-se em depressão.

Há os sintomas cognitivos, que podemos destacar dificuldade de concentração e de organização lógica dos pensamentos, dificuldade com a memória.

Há os sintomas físicos, que podemos destacar mãos e pés frios, formigamento das extremidades, taquicardia, respiração ofegante, aumento da sudorese, insônia.

Lembrando também que o stress produz um desequilíbrio no funcionamento global do ser humano, enfraquecendo seu sistema imunológico, deixando-o sujeito a infecções e doenças.

Fases do stress

O stress desenvolve-se em 4 fases:

·                    A primeira fase, é a fase de alerta, que ocorre quando o indivíduo percebe o agente estressor. A partir daí, ativa-se o sistema nervoso simpático e hormônios são secretados pela glândula suprarrenal (liberação de adrenalina e noradrenalina), provocando alterações no corpo e preparando a pessoa para uma resposta de luta ou fuga. Então, por exemplo, o coração aumenta a atividade, enviando mais sangue para o cérebro e músculos. Outros sintomas característicos dessa fase são: esfriamento das mãos e pés, aumento da sudorese, respiração ofegante, insônia, tensão muscular e aumento da motivação.

Caso o estressor tenha uma duração curta, esta fase termina após algumas horas, quando se elimina a adrenalina produzida, e a restauração do equilíbrio ocorre sem nenhum dano ao organismo, se não a pessoa passa para a 2ª fase do stress.

·                    A segunda fase do stress, é a fase de resistência, que ocorre quando o estressor perdura por um período prolongado. Nessa fase, o organismo tenta adaptar-se ou mesmo, como o próprio nome sugere, tenta resistir ao que está vivenciando, utilizando suas reservas de energia adaptativa para o reequilíbrio.
·                   
É importante enfatizar que cada pessoa possui uma quantidade fixa de energia, mas, sendo esta renovável, é usada para as mudanças significativas que ocorrem em sua vida. Lembrando que, quanto maior o número de mudanças ocorridas em sua vida em um curto espaço de tempo, mais energia ela utiliza – e, portanto, menor energia adaptativa possui naquele momento para enfrentar a mudança. Os dois sintomas mais freqüentes dessa fase são: sensação de desgaste físico, sem causa aparente e dificuldade com a memória.

Entretanto, se o estressor permanecer por muito tempo, as reservas de energia adaptativa vai se cessando, e o processo de stress progredirá para a próxima fase.

·                   A terceira fase do stress é a fase de quase-exaustão. Essa fase caracteriza-se por um enfraquecimento da pessoa, que não mais está conseguindo se adaptar ou resistir ao estressor, a energia adaptativa está se esgotando e as doenças começam a surgir, porém ainda não são tão graves como na quarta fase. E a reação de stress vai se manifestar de forma diferente em cada indivíduo, dependendo da vulnerabilidade individual. Que também podemos chamar de órgão alvo. Isso vai variar de pessoa para pessoa, cada pessoa tem seu órgão alvo, que pode ser o sistema digestivo, ou o sistema respiratório, ou problemas de pele como psoríase, herpes, etc. Embora apresentando desgaste, a pessoa ainda consegue, até certo tempo, trabalhar e produzir, ao contrário do que ocorre na quarta fase, quando o indivíduo para de produzir adequadamente, não conseguindo, na maioria das vezes, trabalhar nem se concentrar.

·                    A quarta e última fase do stress é a fase de Exaustão. Nessa fase o stress torna-se intenso e, conseqüentemente, faz esgotar a energia adaptativa do organismo e ele se torna exausto. Dificilmente se consegue sair da fase de Exaustão sozinho, necessitando-se em geral de Tratamento especializado, com combinação de intervenção médica e psicológica. As reações tornam-se altamente nocivas e o organismo torna-se vulnerável a doenças e disfunções, podendo resultar até mesmo em morte.


As causas do stress

Podemos classificar as causas do stress em duas fontes. As fontes externas e as fontes internas.

·       As fontes externas correspondem aos acontecimentos que ocorrem na vida dos indivíduos, como: acidentes, mudança para uma nova área, troca de emprego, casamento, perda de um ente querido, sofrimento com uma doença grave e até eventos diários, como congestionamento do tráfego, discussão com um colega de trabalho, entre outros.
·     Já as fontes internas são aquelas que fazem parte do mundo interno do indivíduo, como: cognições, valores, crenças, modo de ver o mundo, ou seja, a interpretação que o indivíduo dá para cada evento que ocorre em sua vida, nível de perfeccionismo e auto-cobrança, características pessoais, padrão de comportamento, vulnerabilidades, nível de ansiedade, capacidade de enfrentamento da vida, entre outros.

Diante das causas do stress, o mais importante não é o evento em si, mas a interpretação que o indivíduo faz do evento, a partir de suas experiências anteriores e crenças aprendidas em sua história de vida. Podemos também enfatizar que a maioria das reações de stress são produzidas pelo próprio indivíduo.

Na Psicoterapia Cognitiva-Comportamental, que é a linha psicológica que trabalho em meu consultório, baseia-se na hipótese de que nossos sentimentos são afetados por crenças básicas que temos sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre o mundo em geral, sendo que tais crenças ativam as interpretações que fazemos dos acontecimentos a cada instante, ou seja, esses são os filtros de cada um diante dos acontecimentos diários.

Também destaca-se a importância do auto-conhecimento através da Psicoterapia, pois através dela o indivíduo torna-se consciente de suas crenças, e poderá modificar aquelas que estão sendo disfuncional para sua qualidade de vida.

Estratégias ou ferramentas para o controle do stress

Apontam-se 4 pilares para o controle do stress:

·                   Alimentação saudável e equilibrada à é importante repor as energias com vitaminas e nutrientes que poderão ser utilizados nos momentos de maior stress. Sugere-se comer bastantes verduras, de preferência cruas, ou cozidas a vapor, tais como brócolis, chicória, acelga, alface e outras verduras ricas em vitaminas do Complexo B, vitamina C, magnésio e manganês, com pouca gordura, café, sal e refrigerante. Em caso de insônia, situação comum em momentos de stress, convém tomar um copo de leite antes de dormir, ou comer um pouco de gergelim, que é rico em cálcio e ajuda no sono. O ideal é consultar uma nutricionista para criação de um cardápio nutritivo de acordo com cada indivíduo.

·                   Relaxamento: quando estão tensas, as pessoas precisam de alguns momentos de descanso, a fim de se recuperar do stress do dia-a-dia. Esse relaxamento pode ser em forma de exercícios de respiração profunda, yoga, e hobbies de cada um como: ouvir música, assistir filmes, bate-papo, leitura, etc. O relaxamento ajuda a eliminar o excesso de adrenalina produzida e restabelece o equilíbrio interno do organismo. Assim sendo, organizar a rotina de forma que encaixe esse momento, para fazer o que gosta, o que lhe de prazer é muito importante.

·                   Exercício Físico: o exercício, feito por 30 minutos ou mais, faz o corpo produzir uma substância chamada “beta endorfina”, que acarreta uma sensação de tranqüilidade e bem-estar.  Assim, é importante se identificar com um exercício físico que goste, que lhe de prazer, por exemplo: natação, dança, futebol, caminhada, entre outros, e realizá-lo pelo menos 3 vezes por semana por no mínimo meia hora. Mas, é necessário consultar um médico antes de começar a se exercitar.

·                   Reestruturação Cognitiva: como já enfatizado anteriormente a maioria das reações de stress são produzidas pelo próprio indivíduo. Assim, partindo-se da hipótese de que os pensamentos/as crenças geram sentimentos e de acordo com estes agimos no ambiente, a reestruturação cognitiva é um procedimento psicoterapêutico que consiste em primeiramente o indivíduo tornar-se consciente de suas crenças, e substituir os pensamentos distorcidos e negativos por pensamentos mais funcionais para o seu bem-estar.

Algumas outras dicas para lidar com o stress:

·                   Sempre que possível, espaçar as mudanças em sua vida, pois como já foi dito anteriormente, quanto maior o número de mudanças ocorridas em sua vida em um curto período de tempo, mais energia se utiliza – e, portanto, menor energia adaptativa possui naquele momento para enfrentar a mudança.

·                   Reconhecer o seu limite, todos nós seres humanos temos um limite e é importante reconhecê-lo, por exemplo, não assumir responsabilidade a mais do que possa dar conta.

·                   Aprender a se expressar, que é o que chamamos de assertividade, falar o que pensa e sente é muito importante, pois muitas vezes ocorre da pessoa reprimir o que pensa e sente e isso não é saudável emocionalmente.

·                   Refletir sobre a atenção que merece cada fato de sua vida, pois muitas vezes acabamos dando mais atenção do que os fatos realmente merecem. Ou seja, colocamos uma lente de aumento no fato, catastrofizamos.

·                   Não sofra por antecipação, muitas vezes ficamos gastando a nossa energia imaginando com o que pode vir a acontecer e na maioria das vezes não acontece. Na vida não temos certeza de nada, trabalhamos com probabilidades, portanto é importante refletir o que podemos fazer hoje diante das possibilidades presentes.

·                   Focar o aqui agora é o que podemos fazer e mudar, o passado não podemos mudar mais e sobre o futuro ainda não temos o controle, portanto o que posso fazer hoje, isso é utilizar o stress a nosso favor.

·                   Refletir sobre as prioridades de sua vida, pois como dizia um sábio chinês “quem não sabe o que procura não entende o que encontra”, é aonde a pessoa se perde e se estressa

·                   Buscar equilibrar a sua energia em 4 quadrantes importantes para que se tenha uma boa qualidade de vida, são eles: área social, se socializar, pois os amigos são fontes de apoio nos momentos de tensão e crise, área afetiva, dedicar-se a sua família, companheiro, o doar e receber afeto, área profissional, se sentir auto-realizada no que faz e a área da saúde, com a alimentação equilibrada e saudável, a prática do exercício físico, dormir bem, fazer check-up regularmente, entre outras. Alguns autores também falam de um 5º quadrante, que é o quadrante espiritual, importante para complementar uma boa qualidade de vida.

Outras técnicas que encontramos na literatura como método de controle de stress é a Acupuntura.

Como Psicóloga Acupunturista, utilizando da técnica da Acupuntura no meu consultório pude observar resultados muito interessantes e eficazes para o controle dos sintomas de stress.

Lembrando que, em 2002, a acupuntura foi reconhecida pelo CFP como recurso complementar no trabalho do psicólogo, através da Resolução CFP nº 005/2002. Essa Resolução estabelece que o psicólogo poderá recorrer à Acupuntura, dentro do seu campo de atuação, desde que possa comprovar formação em curso específico e capacitação adequada.

Também na minha dissertação de Mestrado, intitulada O uso da Acupuntura na sintomatologia do stress, observou-se a eficácia do tratamento da Acupuntura na redução de sintomas. A pesquisa mostrou que dos 100% participantes com diagnóstico de stress, já que este era um dos critérios de inclusão da pesquisa ser diagnosticado com stress, após 10 sessões de Acupuntura, apenas 25% se mantiveram estressados, e desses 25% que se mantiveram com diagnóstico de stress, pude observar uma redução da quantidade e da intensidade dos sintomas de stress.

Em meu trabalho como Psicóloga Acupunturista, utilizo das técnicas da Terapia Comportamental-Cognitiva e da Acupuntura com o intuito de garantir a saúde e o bem-estar dos pacientes.

Contato para dúvidas e maiores esclarecimentos








MARÍLIA CONCEIÇÃO DA SILVA DORIA é mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, com especialização em Acupuntura pelo Instituto de Psicologia e Acupuntura – Espaço Consciência, São Paulo/SP, atendendo, atualmente, na Clínica Santa Apolônia, na Praça Waldemar Junqueira Ferreira, 35 – Jardim Santo André – São João da Boa Vista –  Telefone (019) 3633-3615 – E-mail: mari_doria@yahoo.com.br




terça-feira, 26 de julho de 2011

Pilates Postural para Gestantes!

- ARTIGO -
As mudanças que ocorrem durante o período gestacional são inúmeras. Estas não são apenas mudanças hormonais e emocionais, são também posturais. Com objetivo de ter uma gestação saudável, é de extrema importância que a mulher pratique alguma atividade física adequada.
O Pilates Postural para Gestantes é um programa adaptado a partir dos conhecimentos existentes do método criado por Joseph Pilates.
O Método Pilates é a escolha ideal para as futuras mamães. O método preconiza um programa de exercícios baseados em alongamentos e fortalecimentos, que com certeza proporcionará conforto durante a gravidez até o parto.
 Os exercícios tem como objetivo:
·        Correção postural: Promove melhora e manutenção da postura, ajudando na mecânica corporal, diminuindo a dor, principalmente na região lombar da coluna;
·        Fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico: Previne o risco de incontinência urinária e facilita diretamente no trabalho do parto;
·        Melhora da concentração, equilíbrio, e coordenação motora: Devido ao crescimento da barriga, grande instabilidade motora, mudança do centro de gravidade e ajustes internos de vários órgãos,o Pilates contribui para minimizar esses efeitos compensatórios do corpo da mulher.
·        Melhora a circulação sanguínea e linfática: Isso é benéfico tanto para a futura mamãe quanto para o bebê. Os exercícios estimulam a circulação, prevenindo edemas (inchaços) nas pernas.
·        Fortalecimento da musculatura do abdome: O Pilates além de trabalhar os músculos abdominais superficiais, também ativa o músculo mais profundo, chamado de transverso do abdome. Este funciona como uma cinta. A ativação de todos esses músculos é importante durante a gravidez, pois normalmente com o crescimento da barriga, eles se distendem trazendo desequilíbrios posturais, e aparecimento do abdome protuso (aquela barriguinha indesejada para frente).

·        Fortalecimento de membros superiores e inferiores: No Pilates, todo o corpo é trabalhado, assim tanto os braços quanto às pernas serão fortalecidos para ajudar a futura mamãe a ter qualidade de vida durante a espera e durante os cuidados com o bebê como carregar e amamentar.

Os exercícios são orientados com total segurança, respeitando sempre os limites e individualidade da praticante, tornando o exercício agradável e saudável
A soma de todos os benefícios citados possibilita uma melhora na qualidade de vida da mãe e conseqüentemente do bebê.


DRA. ELLEN ROCHA é  fisioterapeuta Graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais;
- Pós-Graduação em Fisioterapia Cardiorrespiratória pela UNIMEP Universidade Metodista de Piracicaba;
- Formação Completa no Método Pilates para fisioterapeutas pelo Centro de Fisioterapia e Pilates;
-Formação em RPG/RNP - Reeducação Postural Global pelo Retreinamento Neuromotor Proprioceptivo pela Faculdade Redentor - RJ;
- Formação em  Avaliação postural computadorizada através do método Biofotogrametria pela Faculdade Redentor – RJ;
- Formação em Treinamento Vibratório - Como maximizar os resultados em busca da qualidade de vida;
- Sócia-proprietária da Núcleo Saúde & Movimento situada na Rua Santos Dumont, 232, São Benedito, Poços de Caldas, MG. Telefone (35) 3712.1656.

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